Medo nas Ruas


   Começou há uns dias a época da chuva e, como é habitual, começaram também as minhas boleias de guarda-chuva. A mais recente foi uma senhora, que encontrei a caminho do metro, que andava num passo apressado sob a torrente de chuva que caía. Ela aceitou relutantemente a boleia, perguntando-me inclusivamente se eu a conhecia. Ao responder-lhe que não ela ficou muito surpreendida e comecei a notar que a cada passo que dávamos ela ia ficando cada vez mais desconfortável. Ao atravessarmos a rua a mulher insistiu em continuar sozinha dizendo que daria uma “corridinha” até ao seu destino o qual, se não me engano, não era tão perto quanto isso.

   Não, não estou a escrever isto com o propósito de expor a minha “estupidez” (forma como algumas das pessoas que me conhecem a apelidam) a vocês. Então onde é que eu quero chegar com isto? Simples. Ou eu muito me engano ou a razão pela qual a pobre mulher fugiu de mim era porque ela estava cheia de medo. Medo do quê? Eu só lhe estava a dar… Ah! Será que ela estava com medo que eu a assaltasse? Sinceramente…

   Eu sei que me estou a repetir ao falar neste assunto mas acho que é algo que está muito mal na nossa sociedade e que pode ser mudado. Não por uma pessoa, não por duas, mas por todas as pessoas que constituem a nossa sociedade. Cabe a cada um de nós tentar mudar o que está mal à nossa volta. E não pensem que não faz mal fazer algo incorrecto só porque os outros fazem, é verdade que somos influenciados pelo meio em que vivemos mas assumo que sejam seres dotado da capacidade de raciocínio. Na minha opinião a cultural passa em primeiro lugar pelo individualismo.

   Por favor não me julguem como sendo ingénuo, eu sei que isto é uma ideia extremamente utópica mas, se eu conseguisse que pelo menos uma pessoa começasse a pensar como eu, já teria valido a pena o tempo que passei a escrever isto. O futuro está nas nossas mãos e eu não estou só a falar dos jovens meus caros, o futuro está nas mãos de todos os que estão actualmente vivos.

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